O luto é um processo particular, pois não há um padrão único para passar por esse processo. Cada um vive seu luto a seu modo e a teoria de que o luto passa por fases hoje não é mais aceita. Os estudiosos da atualidade percebem o luto como um processo dual, ou seja, um processo em ondas, onde o enlutado transita entre o apego a sua dor, sua perda e ao que foi perdido, e as demandas da vida cotidiana em seu presente.
Se o enlutado não segue com sua vida e fica retido em sua perda por um longo tempo, não se adaptando a nova realidade, manifestações comuns que acompanham o luto, como tristeza, sensação de desamparo, irritabilidade, ansiedade, confusão, dificuldades de concentração, somatizações, entre outras se mantém, comprometem o cotidiano, a saúde mental e física do enlutado e indicam a necessidade de cuidados.
Nestes casos, ser escutado por um profissional, ser auxiliado a expressar sua dor e esta ser reconhecida, em geral faz toda a diferença para que o enlutado se ajuste a sua perda e possa retomar sua vida de modo funcional. Óbvio que há condições que podem dificultar esse processo, uma perda por morte violenta, inesperada, um enlutado com histórico de perdas e a natureza de sua relação com o morto, entre outras condições. Nestes casos, a ajuda de um profissional pode ser ainda mais importante. Conte comigo!